2/18/2012

Koan

Koan é uma palavra que faz referência ao enigma que o Mestre Zen dá ao seu discípulo para o levar à descoberta da verdade transcendental que está além das palavras e das conceitualizações mentais (que contém aspectos que são inacessíves à razão). O Koan é geralmente um paradoxo, que o discípulo tem de resolver...

 1-
“Qual é o som de uma mão a bater palmas?” 

 2-
“Qual era a tua natureza original, antes dos teus pais terem nascido?” 

3-
"Qual é o som do silêncio?"

4-
"Havia uma velha mulher que vivia no lado leste da cidade em que também morava o Buddha. Ela nascera quando tinha nascido Gautama, e tinha vivido toda sua vida acompanhando a estória de Sua vida, uma vez que era sua contemporânea. Entretanto, ela nunca quis vê-lo, ou falar com ele.Sempre que ouvia que Buddha se aproximava, ela fugia de sua presença, tentando por todos os modos evitar-lhe o olhar, correndo para aqui e para ali, escondendo-se.Mas certo dia, ela estava em um local de onde não podia sair ou se esconder. Buddha se aproximava, e a velha mulher, desesperada em seu terror de encontrar tal homem, já não sabia o que fazer. Então, no último momento, ela fez a única coisa possível para evitar ver o Buddha:ergueu ambas as mãos à frente de seu rosto, tapando assim sua visão.Neste momento, maravilhosamente, o rosto de Buddha apareceu entre cada um de seus dez dedos.

Koan: A condição de Buddha representa a absoluta afirmação (Dharma). Não se pode fugir daVerdade, pois ela vai estar a cada passo de seu caminho. Portanto, quem é esta velha mulher?"



5-
"Um homem queria ficar rico e, todos os dias, ia pedir a Deus que lhe atendesse às súplicas. Num dia de inverno, ao voltar da oração, avistou, presa no gelo do caminho, uma polpuda carteira de dinheiro. No mesmo instante, julgou-se atendido. Mas como a carteira resistisse aos seus esforços,
urinou em cima dela a fim de derreter o gelo que a retinha. E foi então. . . 
Que despertou na cama toda molhada. . . "



6-
"Um renomado mestre Zen dizia que seu maior ensinamento era este: Buddha é a sua mente. De tão impressionado com a profundidade implicada neste axioma, um monge decidiu deixar o Monastério e retirar-se em um local afastado para meditar nesta peça de sabedoria. Ele viveu 20 anos como um eremita refletindo no grande ensinamento. Um dia ele encontrou outro monge que viajava na através da floresta próxima à sua ermida. Logo o monge eremita soube que o viajante também tinha estuda sob o mesmo mestre Zen. "Por favor, diga-me se você conhece o grande ensinamento do mestre," perguntou ansioso ao outro.
Os olhos do monge viajante brilharam, "Ah! O mestre foi muito claro sobre isto. Ele disse que seu maior ensinamento era: Buddha NÃO é a sua mente." 



7-
"O Mestre Gutei, sempre que lhe faziam uma pergunta, respondia levantando um dedo sem dizer nada. Um noviço adquiriu o vício de imitá-lo. Certo dia, um visitante perguntou ao noviço: 
"Que sermão o Mestre está pronunciando agora?"
O noviço respondeu levantando o dedo. O visitante, quando se encontrou com o Mestre, contou-lhe que o noviço o imitara. Mais tarde, o Mestre escondeu uma faca nas vestes e chamou o noviço. Quando este se apresentou, Gutei perguntou-lhe: 
"O que é Buddha?"
O rapaz, ansioso para impressionar o mestre, respondeu levantando o dedo. O Mestre então agarrou-lhe a mão e cortou-lhe o dedo com a faca. O discípulo, apavorado e em choque, já ia sair correndo, mas o Mestre o chamou com um grito: 
"NOVIÇO!" 
Quando o rapaz se voltou para o Mestre, este perguntou abruptamente :
"O que é Buddha?" 
O discípulo ia levantar o dedo, mas não tinha mais dedo. Neste instante, ele alcançou o Satori. 

  

2/14/2012

MUSEU HOMENAGEIA WONG FEI HUNG

      O governo de Foshan cediou a Convenção Mundial Wong Fei Hung. Em honra a esse evento, o Sikung Chiu Chi Ling convidou professores e estudantes de Hung Gar e fãs de todo o mundo.
 
     Todos viram o museu decorado e as demonstrações de Kung Fu Hung Gar. Nessas demonstrações foram feitas apresentações da técnica de torção Kum Na Sao e uma espetacular performance de Gung Gee Fook Fu Kuen (amenizando a forma do tigre). Também houve demonstrações da tradicional dança do leão chinesa com tambores tocados pelo Sikung Chiu Chi Ling, que é conhecido na Ásia e no mundo como “O Rei Leão”. Sua performance poderosa deixou a platéia sem palavras.

 
   O Sikung Chiu Chi Ling também incluiu uma esplendorosa demonstração de algumas de suas técnicas especiais Hung Gar de defesa pessoal. Essa grande performance era somente o começo. O grão-mestre Chiu Chi Ling foi convidado para ser um consultor especial do governo Chinês por causa de seu vasto conhecimento da arte do Hung Gar Kung Fu de Wong Fei Hung.

 
        Ao chegar em Foshan, o Sikung Chiu visitou a estátua de Wong Fei Hung e levou seus alunos para oferecer incensos aos ancestrais.

 
“Desta vez eu trago para China estudantes dos EUA, europeus e da a América do Sul incluindo meu representante do Brasil, Sifu Paulo, para procurar nossas raízes e para ajudá-los a entender as tradições dos costumes chineses” (Chiu Chi Ling).
 
         Apesar de ter mais de 65 anos, o Grão-Mestre Chiu Chi Ling ainda faz seus exercícios (formas) suavemente. Seus olhos ainda estão cheios de energia.

       Muita força de vontade e forte determinação foram instigados por seu pai, o falecido Grão-Mestre Chiu Kao, que foi discípulo do grande Lam Sai Wing, que é famoso mundialmente por ter sido o maior discípulo de Wong Fei Hung, e autor de três livros definitivos do Hung Gar Kuen: Gung Jee Fuk Fu Kuen (Domesticando o Tigre); Fu Hok Sueng Ying Kuen (Tigre e Garça); e seu trabalho esotérico, Dit Sin Kuen (Punho Linha de Ferro).

       O pai de Chiu Chi Ling, Chiu Kao, representou as artes marciais chinesas do sul nos anos 1950. Ele viajou muito para Pequim, para competições de artes marciais quando o Kung fu do sul era relativamente desconhecido. Chiu Kao ganhou muitos primeiros lugares nessas competições.

“Meu pai ajudou a dar reconhecimento ao Kung Fu de Wong Fei Hung. Consideraram o Kung Fu de meu pai muito especial e muito bom”


“Ele demonstrou a forma de bastão longo (Ng Bagua), e a forma do tigre e da garça para muitas platéias estarrecidas. Muitos mestres vieram aprender com o meu pai e autores e escritores requisitaram informações para livros e até estúdios de cinema e atores solicitaram seus talentos! Então, pode-se dizer que meu pai é responsável por ajudar a expandir os punhos do sul para o norte!”. (Chiu Chi Ling)


      Quando jovem Chiu Chi Ling aprendeu o tradicional Hung Kuen Jeng Jong de Wong Fei Hung (o tradicional estilo Hung). Posteriormente sua família se mudou para Hung Kong e Chiu Chi Ling, então com 28 anos, fundou sua própria escola de Kung Fu.

       A Associação Internacional de Kung Fu Hung Gar de Chiu Chi Ling tem filiais em nove países e mais de 30.000 pessoas praticando o Kung Fu de Wong Fei Hung pelo mundo. Tem até uma escola de artes marciais de Hung Gar de Chiu Chi Ling na Universidade de Shangai, na China.

      Há alguns anos atrás o grão-mestre elaborou planos para construir um museu memorial para Wong Fei Hung em Foshan. Depois de contatar as autoridades recebeu uma carta o apontando como consultor especial do governo chinês para o museu. Então ele entregou todo o material importante que tinha para a diretoria do museu. O Sikung Chiu também fez muitos telefonemas e usou a Internet para notificar todos os seguidores de Wong Fei Hung para comparecer à “Cerimônia para encontrar suas raízes e prestar homenagens aos Ancestrais”.


“Está melhor do que eu imaginava. Eles fizeram um ótimo trabalho, e toda a arquitetura e arte estão muito próximas desde o passado até hoje” (Chiu Chi Ling)

        No museu há uma sessão dedicada à filmografia que homenageia Wong Fei Hung, antigüidades no estilo da dinastia Ching, e um Chung Lik Gaun (ou salão) contendo uma coleção de lendas e histórias.


“A abertura do Museu Memorial Wong Fei Hung levou muitos turistas de inúmeros países a entender Wong Fei Hung e seu Hung Kuen, como começou e se espalhou pelo mundo. Este é mais um marco para o Kung Fu chinês” (Chiu Chi Ling).

3/17/2006

"Não atire uma pedra no mar enquanto ele estiver calmo."

Estado Zen

1/26/2006

Uma História- Filosofia Indiana

O Eu, que é livre de impurezas, da velhice e da morte, da dor, da fome e da sede, que só deseja o que se deve desejar, e resolve apenas o que deve resolver, deve ser procurado, investigado e deve ser percebido. Aquele que aprende a respeito do Eu, e o percebe, obtém todos os mundos e tudo o que deseja.
Tanto os deuses como os demônios ouviram falar dessa verdade e pensaram consigo mesmos:
- Vamos procurar esse eu e percebê-lo de forma que possamos obter todos os mundos e tudo o que desejamos.
Assim, Indra, da parte dos deuses, e Virochana, da parte dos demônios, foram até Prajapati, o famoso mestre. Durante trinta e dois anos moraram como alunos. Prajapati, então, perguntou-lhes por que haviam morado com ele por tanto tempo.
- Ouvimos dizer- replicaram- que aquele que percebe o Eu obtém todos os mundos e tudo o que deseja. Moramos aqui porque queremos aprender a respeito desse Eu.
Prajapati disse então:
Aquele que é visto dentro do olho, aquele é o Eu. Ele é imortal, sem medo, e ele é Brahman.
- Senhor - perguntaram os discípulos-, o Eu é que é visto refletido na água ou num espelho?
- O Eu é realmente visto refletido nessas coisas – foi a resposta. Prajapati acrescentou:
- Olhai para vós mesmos refletidos na água e, seja o que for que não compreendais, vinde e contai-me a respeito.
Indra e Virochana olharam para seus reflexos na água e, voltando ao sábio, disseram:
- Senhor, vimos o Eu, vimos o cabelo e as unhas.
Prajapati pediu-lhes então que vestissem as suas melhores roupas e olhassem mais uma vez dentro da água. Eles assim fizeram e, voltando ao sábio, disseram:
- Vimos o Eu, exatamente como nós, bem adornados e nas nossas melhores roupas.
Prajapati assim replicou:
- O Eu é de fato assim. O Eu é imortal e sem medo, e é Brahman.
E os discípulos se afastaram bastante satisfeitos.
Porém Prajapati, acompanhou-os com o olhar, lamentou-se assim:
- Ambos partiram sem analisar ou exercer o discernimento, e sem verdadeiramente compreender o Eu. Quem quer que siga uma doutrina falsa do Eu perecerá.
Então, Virochana, de sua parte persuadido de que havia encontrado o Eu, voltou aos demônios e começou a ensinar-lhes que somente o corpo deve ser servido, e que aquele que adora o corpo e serve ao corpo obtém ambos os mundos, este e o próximo. Tal doutrina é, realmente, a doutrina dos demônios!
Porém Indra, no seu caminho de volta para junto dos deuses, percebeu a inutilidade desse conhecimento.
- Assim como esse Eu – raciocinou ele-, parece estar bem adornado quando o corpo está adornado, bem vestido quando o corpo está bem vestido, ele estará então cego quando o corpo estiver cego, aleijado quando o corpo estiver aleijado, deformado quando o corpo estiver deformado. Quando o corpo morrer, esse Eu também morrerá! Não consigo ver qualquer bem nesse conhecimento.
Dessa forma, voltou a Prajapati e pediu-lhe mais instruções. Prajapati solicitou-lhe que morasse com ele por outros trinta e dois anos, depois dos quais lhe ensinou isto:
- Aquele que se move nos sonhos, gozando delícias sensuais e vestido com glória, esse é o Eu. Ele é imortal, sem medo, e ele é Brahman.
Satisfeito com o que havia ouvido, Indra partiu mais um vez. Porém, antes de alcançar os outros deuses, percebeu também a inutilidade desse conhecimento.
- É verdade – disse ele para si mesmo- que esse Eu não fica cego quando o corpo fica cego, nem aleijado quando o corpo está aleijado ou ferido. Porém, mesmo nos sonhos ele é consciente de muitos sofrimentos. Assim, também nessa doutrina não posso ver nenhum bem.
Desse modo, voltou a Prajapati para mais instruções. Prajapati ordenou-lhe então que ficasse com ele por outros trinta e dois anos e, após esse tempo, ensinou-lhe, dizendo:
- Quando um homem está profundamente adormecido, livre de sonhos, e num perfeito descanso – isso é o Eu. O Eu é imortal e sem medo, e ele é Brahman.
Indra foi-se embora. Porém, antes de chegar em casa, percebeu a inutilidade até desse ensinamento.
- Na realidade – pensou ele – uma pessoa não se conhece como isso ou aquilo enquanto está dormindo. A pessoa não está consciente, de fato, de qualquer existência. O estado de alguém em sono profundo é próximo do aniquilamento. Não posso ver tampouco bem nesse conhecimento.
Assim, uma vez mais, Indra voltou a Prajapati, que o fez ficar com ele por cinco anos e, após esse tempo, tornou conhecida dele a mais elevada verdade do Eu, dizendo:
Este corpo é mortal, sempre agarrado pela morte, porém dentro dele reside o Eu imortal. Esse Eu, quando associado, na nossa consciência, com o corpo, está sujeito ao prazer e à dor; e, enquanto essa associação perdura, a liberdade com relação ao prazer e à dor não pode ser encontrada por homem algum. Porém, quando essa associação cessa, também cessam o prazer e a dor.
- Erguendo-se acima da consciência física, sabendo que o Eu é distinto dos sentidos e da mente – conhecendo-o na sua verdadeira luz – a pessoa se rejubila e é livre.
Os deuses, os seres luminosos, meditam a respeito do Eu e, ao fazê-lo, obtêm todos os mundos e tudo o que desejam. Do mesmo modo, qualquer um entre os mortais que conheça o Eu, medite sobre ele, e o perceba – ele também obterá os mundos e tudo o que deseja.


Texto retirado do “Chandogya Upanishad”
Citado por Celso Loureiro em “Meditação: o caminho da paz”
Editora Record

CAPÍTULO 7
O céu é constante, a terra é duradoura
O que permite a constância e a duração do céu e da terra
É o não criar para si
Por isso são constantes e duradouros
Assim
O Homem Sagrado deixa seu corpo para trás e o Corpo avança
Além do corpo, o Corpo permanece
Através do não-corpo, conclui o Corpo
TAO TE CHINGO
Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse

1/11/2006

"O tigre não é a maior das feras pelo seu tamanho e sim porque luta com todas as suas forças contra um gato ou contra outro tigre. Ele não subestima seus oponentes."

dito popular

12/19/2005

Uma Parábola

Certa vez, disse o Buddha uma parábola:

Um homem viajando em um campo encontrou um tigre. Ele correu, com o tigre em seu encalço. Aproximando-se de um precipício, tomou as raízes expostas de uma vinha selvagem em suas mãos e pendurou-se precipitadamente abaixo, na beira do abismo. O tigre o farejava acima. Tremendo, o homem olhou para baixo e viu, no fundo do precipício, outro tigre a esperá-lo. Apenas a vinha o sustinha.
Mas ao olhar para a planta, viu dois ratos, um negro e outro branco, roendo aos poucos sua raiz. Neste momento seus olhos perceberam um belo morango vicejando perto. Segurando a vinha com uma mão, ele pegou o morango com a outra e o comeu.
"Que delícia!", ele disse.


Conto Popular

10/09/2005

CHI KUNG

O Chi Kung: (Qi Gong) é uma técnica milenar Chinesa de treinamento interior que objetiva o equilíbrio do indivíduo como um todo nos aspectos: físico, mental e espiritual. "Chi" significa energia em todas as manifestações e "Kung" significa treino ou capacidade adquirida com o treino.

No entanto, para se obter os benefícios na integra são necessários treinos regulares, disciplina e aplicação prática da filosofia no dia a dia. A maioria dos praticantes de Chi Kung passa a sentir seus efeitos em pouco tempo: maior capacidade de concentração, memória, autocontrole, sabedoria, saúde. etc. A técnica é destinada a todos que procuram a saúde e o equilíbrio segundo o Tao e pode ser praticada por pessoas de qualquer faixa etária.

O Chi Kung beneficia o metabolismo e previne a maioria das chamadas doenças da meia idade, tais como o endurecimento das artérias e juntas. O movimento constante e fluíido estimula todo o sistema circulatório, o metabolismo e o sistema nervoso, pois o relaxamento na movimentação, a meditação e concentração nos movimentos desviam o corpo e a mente dos pensamentos e preocupações que normalmente nos acompanham na vida diária. O corpo humano é como a água: se não corre e flui se torna estagnada e vira uma poça suja propricia para a reprodução de insetos.

O Chi Kung, se praticado por um tempo regular, beneficia especialmente o sistema nervoso central, pois na sua prática se aprende a controlar sua mente expulsando os pensamentos negativos e projetando imagens positivas (concentração e contemplação) que trarão paz e tranqüilidade a todo o ser, revigorando e estimulando o cérebro e desenvolvendo a capacidade de concentração.

O praticante de Chi Kung aprende a absorver a energia da natureza de forma consciente e a direcionar o fluxo energético obtido através das posturas, exercícios de respiração específicos, movimentos e meditação. Essa antiga ramificação da medicina tradicional chinesa, o Chi Kung, foi introduzida na arte do Kung Fu durante a dinastia Jin por um famoso físico e filosofo Taoísta chamado Ge Hong.

Seu treinamento consiste basicamente em exercícios respiratórios específicos que visam a localizar a energia interior nos meridianos ou Chi Lo. Após equilibrado esse plano, através do Nei Kung (emissão de energia), dirigimos a mesma a pontos correspondentes a um "mau fluxo do Chi" para equilibrá-lo.

O Chi Kung vem sendo desenvolvido desde os tempos mais remotos na época do surgimento das artes marciais, dentro de vários estilos de Kung Fu. Tem como origem provável o método dos Cinco Animais, uma série de exercícios criados com fins terapêuticos por Hua To, um grande médico chinês.

Durante a dinastia Han (206 antes de Cristo), Hua To baseou e modelou o seu sistema de fisioterapia em movimentos observados nos animais, tais como o Urso, o Veado, o Macaco, o Tigre e a Cegonha. esse sistema foi adotado pelos taoístas e médicos em toda a China, e trasnmitido de geração em geração.

Para o Chi Kung são importantes três pontos principais: técnica respiratórias, posturas corporais e movimentos associados á disciplina mental.


Fonte: Associação Pai Ho de Kung Fu Shaolin
http://www.portaldekungfu.com

9/09/2005

Culinária

Yakisoba

Ingredientes:

1 peito de frango
1 cenoura
1 talo de salsão
1/2 pimentão verde
1/2 pimentão vermelho
1 cebola média
60 g de ervilha torta
60 g de champignons
4 folhas de acelga
6 colheres de sopa de óleo de soja
3 colheres de sopa de shoyu
1 e 1/2 xícara de caldo de frango
1 colher de sopa de amido de milho
1 colher de chá de óleo de gergelim
500 g de macarrão oriental

Modo de Preparo:

Bata levemente o peito de frango e corte em cubos de 2 x 2 cm. Corte também em cubos do mesmo tamanho os pimentões, a cebola e o salsão. Corte a cenoura em fatias finas e diagonais, corte tambem os champignons em lâminas e a ervilha em pedaços de 3 cm. Pique grosseiramente as folhas de acelga e reserve tudo. Coloque abundante água para ferver e ferva a massa até estar no ponto, escorra e passe em água fria. Reserve. Dissolva o amido de milho no caldo frio e reserve. Aqueça 3 colheres do óleo em um wok ou frigideira grande em fogo alto, quando estiver bem quente coloque o macarrão pré cozido e refogue rápidamente. Coloque a massa em uma travessa e mantenha aquecido. Na mesma panela, coloque o óleo restante e deixe aquecer novamente. Acrescente os cubos de frango e refogue por 2 minutos. Acrescente a cenoura e refogue. Coloque o salsão, pimentão e cebola, refogue 2 minutos e acrescente as ervilhas e os champignons, refogue mais 2 minutos e acrescente o shoyu. Coloque o caldo de frango com o amido e acrescente as folhas de acelga. Dê ponto no molho e coloque o óleo de gergelim torrado. Sirva o molho sobre o macarrão.

8/21/2005

CAPÍTULO 6
O Espírito do Vale nunca morre
Isso se chama Orifício Misterioso
A porta do Orifício Misterioso é a raiz do céu e da terra
Seja suave e constante
Usufruindo sem se apressar
TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse

7/11/2005

Kuan Yin – A Deusa da Misericórdia

Para os budistas, há dois caminhos a seguir a partir da iluminação. O primeiro consiste em entrar diretamente no Nirvana após atingir a condição búdica (iluminada), enquanto que o segundo permite que o Bodisattva ou o guerreiro que desperta adie o êxtase do Nirvana, visando permanecer próximo aos humanos ainda encarnados, auxiliando-os em sua evolução até o momento em que toda a humanidade encontrar a salvação. Os que escolhem o segundo caminho são denominados de Avalokistesvara[1].
Debruçando-nos sobre a história do budismo, percebemos a existência de inúmeros Budas Avalokistevara que, segundo a tradição, dedicam-se até hoje a amparar seus irmãos que ainda sofrem sob a Lei do Karma. Como não poderia deixar de ser, as representações desses Bodisattvas varia conforme a região e a linha do budismo. Ao que parece, um Avalokistesvara é genericamente representado como um Buda clássico (um homem sentado com as pernas cruzadas e de olhar amável) que passaria desapercebido não fossem os dois objetos distintos que apresenta em suas mãos, excluindo-se algumas variações, um rosário e um vaso delicado.
Porém, como para a maioria dos povos o sentimento de misericórdia e de compaixão geralmente está associado a atributos femininos, na China, quando se fala em Buda da Compaixão, a primeira imagem que surge é a de Kuan Shih Yin, literalmente aquela que considera, vigia e ouve as lamentações do mundo.
[2] A iconografia de Kuan Yin (Quan Inn ou Guan Yin) parece ter surgido na China por volta do século III, com a introdução do budismo indiano nesse país, mas é impossível deixar de admitir que a lenda pode ser tão antiga quanto a própria história do povo. O autor Claudiney Prieto compara Kuan Yin à Grande Deusa[3], a porção feminina de Deus, que nos primórdios da humanidade povoou o céu e fertilizou a terra de nossos ancestrais.
Kuan Yin está expressa na literatura popular chinesa em poemas e hinos de louvor, assim como em cultos elaborados e orações. Seus seguidores devotos freqüentam templos locais e fazem peregrinações a templos maiores em datas festivas. Os três festivais anuais realizados em sua honra acontecem no dia 19 do segundo, do sexto e do nono mês do calendário lunar chinês (vê-se novamente a relação com a Grande Mãe, a antiga deusa da humanidade, sempre associada à lua). Segundo John Blofeld, hoje Kuan Yin é reverenciada na China, em Taiwan, no Japão, na Coréia e na Índia (aqui associada à Deusa Tara). De acordo com o país, seu nome pode variar ligeiramente, como por exemplo: Kannon, Kwannon, Kwan Se Um, Kuan Te Am Bosa, Quan’Am e Kanin.Há inúmeras controvérsias a respeito da origem devocional da deusa. Acredita-se que o monge budista Kumarajiva foi o primeiro a se referir à forma feminina de Kuan Yin em sua tradução chinesa do belo Sutra do Lótus
[4], em 406 a.C. No entanto, Kuan Yin só começou a ser retratada como mulher a partir do século X, provavelmente uma tendência crescente depois da introdução do Budismo Tântrico na China do século oitavo.
Uma das lendas mais belas fala de uma princesa chinesa chamada Miao Shan que, diferente de suas duas irmãs, passava seu tempo meditando e se debruçando sobre os ensinamentos de Buda. Seu pai, o rei Miao Chung, ansiava por casar suas filhas com homens dignos, na esperança de perpetuar seu reino, porém Miao Shan se recusava a contrair matrimônio, pois sua única ambição consistia em se aprofundar nos ensinamentos budistas e ser um veículo para a cura da humanidade. Enfurecido, seu pai a enviou para um monastério imaginando que a frágil moça não agüentaria uma vida de devoção. No entanto, vendo que apenas alimentava ainda mais o desejo da filha, o rei a chamou de volta e ameaçou executá-la. Como a princesa não abria mão de sua decisão, o rei acabou por estrangulá-la. Segundo a lenda, nesse exato momento a Deusa da Terra surgiu na forma de um tigre e levou o corpo da jovem para o submundo. Chegando lá, Miao Shan começou a rezar por todos os que sofriam naquele lugar e através de suas orações transformou o submundo num paraíso de alegria. Após esse episódio a princesa voltou à vida, porém nunca pensou em se vingar da hostilidade do pai. Pelo contrário, perdoou-o e mais tarde o curou de uma enfermidade. Através de seus atos Miao Shan transformou-se em Kuan Yin, a Salvadora Compassiva, e atingiu a iluminação. Todavia, ainda preocupada com os lamentos do mundo, abdicou de sua entrada no Nirvana, jurando que só o faria no dia em que toda a humanidade se encontrasse a salvo.
A iconografia de Kuan Yin a descreve de muitas formas. Na teologia budista, ela é às vezes representada como a comandante do Barco da Salvação, guiando e protegendo as almas em sua travessia ao paraíso. Freqüentemente é representada como uma mulher esbelta vestindo um etéreo manto branco. Muitas vezes carrega um lótus branco, um rosário ou um vaso delicado, simbolizando respectivamente a pureza, a devoção e a água primordial da cura e da vida eterna. Também é retratada cruzando os mares sobre um dragão ou uma flor de lótus.
No Brasil, os devotos da Deusa da Misericórdia podem prestar-lhe tributos no Templo Quan Inn do Brasil, em Palheiros - São Paulo. Os budistas acreditam que o simples pronunciar de seu nome ou do mantra
[5] dedicado a ela faz com que Kuan Yin esteja presente. Ela é a mãe amorosa que a todos atende e alenta e é a responsável por encaminhar aos céus os pedidos daqueles que sofrem sobre a terra.

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[1] Avalokitesvara ou o Senhor que olha para baixo. O atual Dalai Lama do Tibet é considerado uma reencarnação do Avalokitesvara que decidiu voltar ao mundo para auxiliar diretamente a humanidade em seu caminho rumo à iluminação. BOWKER, John. Para entender as religiões. São Paulo: Ática, 1997.
[2] BLOFELD, John. A deusa da compaixão e do amor: o culto místico de Kwan Yin. São Paulo, Ibrasa.
[3] PRIETO, Claudiney. Todas as deusas do mundo. São Paulo: Gaia, 2002.
[4] Para acessar uma parte do Sutra do Lótus traduzido para o português visite o site: http://www.vertex.com.br/vertex.com.br_non_ssl/users/san/lotus/
[5] Mantra recitado pelos devotos de Kuan Yin, o Avalokitesvara da Compaixão: OM MANI PADME HUM (salve a jóia no coração do lótus).
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PRISCILA JACEWICZ

6/07/2005

CHINA

A civilização chinesa tem uma longa história, cuja principal característica foi, até o século XIX, a imutabilidade de determinados elementos como o cultivo de cereais, a escrita, a importância da família ou o culto aos antepassados. Assim como outros povos da antiguidade, os chineses pensavam que a melhor forma de viver não consistia em modernizar-se, mas em repetir arquétipos do passado. Na Mongólia e na Manchúria desenvolveu-se uma cultura mesolítica de caçadores e agricultores no período pós-glacial. Em Linxia e Chifeng apareceram as primeiras colônias agrícolas sedentárias. No início do quarto milênio antes da era cristã, surgiu na fértil região do vale do Amarelo a civilização neolítica de Yangzhou, caracterizada pela pintura em cerâmica, pelo aperfeiçoamento das técnicas agrícolas (cultivo de cereais) e pela domesticação de animais. No começo do segundo milênio antes da era cristã, a China entrou na idade do bronze.
A descoberta desse metal teve conseqüências importantíssimas. Formou-se uma vasta civilização caracterizada pela divisão da sociedade entre os nobres, habitantes das cidades-palácios, e os camponeses. A nobreza reconhecia a autoridade de um soberano, embora o poder deste, na prática, se limitasse ao campo religioso. Assim surgiu a primeira dinastia conhecida, denominada Shang (séculos XVIII-XII a.C.), da qual se tem notícia pelas inscrições encontradas em Anyang. Essa dinastia, enfraquecida pela pressão dos povos vizinhos, foi substituída entre os séculos XII e III a.C. pela dinastia Chou, que transferiu a capital para Luoyang, na região de Honan. Desde o século VIII a.C., a vasta civilização chinesa já ocupava o curso médio do rio Amarelo. Esse amplo território era de dificílimo controle. A unidade cultural do início viu-se ameaçada pelas tendências desagregadoras dos principados periféricos e pela pressão dos povos bárbaros vizinhos, sobretudo os do norte, os mongóis, pois os do sul foram vencidos e assimilados. Graças à descoberta do ferro foi possível conter as hordas que ameaçavam as fronteiras.
As guerras desse período vieram acompanhadas de grande florescimento cultural. Foi nessa época que surgiram as duas principais correntes filosóficas da China: o confucionismo, que ressaltava os princípios morais, e o taoísmo, criado por Lao-tzu ou Lao-tsé, que defendia uma vida em harmonia com a natureza. Outra escola importante foi a de Mengzi ou Mengtse, que destacava a importância da educação como meio para aperfeiçoar a natureza humana. Os últimos reis Chou viveram retirados em Luoyang. Entre os anos 230 e 221 a.C., o estado de Ch'in destronou a dinastia Chou e se impôs aos príncipes locais. Embora de curta duração (221-206 a.C.), a dinastia Ch'in foi de vital importância para a China, pois lançou as bases de um império que haveria de se manter durante mais de dois milênios.
O império consistia em um território unificado sob controle religioso e político de um soberano. Mas a dispendiosa política defensiva e centralizadora dos Ch'in (construção da Grande Muralha e estradas) provocou uma sublevação generalizada da qual saiu vencedor o proprietário de terras Liu Pang, que impôs sua autoridade e fundou a dinastia Han (206 a.C.-221 d.C.). A política dessa dinastia se voltou para o fortalecimento do poder real, o que tornava imprescindível enfraquecer os príncipes feudais. O governo central apoiava-se em um funcionalismo fiel; este provinha de um corpo de letrados recrutados mediante concurso. A dinastia Han coincidiu com um período de expansão comercial e agrícola que se manifestou pela rotação de culturas, pela realização de numerosas obras hidráulicas, pela formação de uma classe mercantil e pela substituição da antiga aristocracia por um grupo de proprietários de terras mais dinâmicos. Os Han também adotaram uma política expansionista que resultou na conquista do norte da Coréia, da região de Mu Us e da zona meridional até Canton. No campo ideológico, essa dinastia fez do confucionismo a doutrina oficial do estado; as idéias de Confúcio, ensinadas nas escolas, eram matéria exigida nos concursos ao funcionalismo. No fim do século II da era cristã, as sublevações populares, de inspiração taoísta, e os ataques dos nômades instalados nas fronteiras norte-ocidentais obrigaram o imperador a entregar o poder a militares e proprietários de terras nas regiões vizinhas.
A época compreendida entre os anos 221 e 589 é conhecida como a dos três reinados e das seis dinastias. Nesse período, a China sofreu divisões internas e o ataque de diversos povos nômades (tibetanos, turcos e mongóis). Alguns desses povos estabeleceram-se no vale do Amarelo, o que provocou uma intensa emigração para o curso inferior do Yangzi, onde se produziu uma fecunda fusão cultural. O delta desse rio tornou-se uma próspera região agrícola, baseada nas culturas de arroz e chá. No âmbito religioso, difundiram-se o budismo e o taoísmo. Em 581, Yang Jian, alto funcionário do reino Chou do norte, conseguiu submeter à sua autoridade a região do sul, depois da conquista de Nanjing. Assim, a nova dinastia, denominada Sui, reunificou o país depois de três séculos de fragmentação política, econômica, cultural e lingüística. Durante esse período, construiu-se o grande canal que uniu o Yangzi ao Amarelo. Os reveses nas guerras contra coreanos e turcos precipitaram a queda da dinastia. Li Yuan, comandante dos exércitos do norte, aproveitou o desencadeamento de uma revolta na região oriental para assassinar o imperador e tomar o poder.
A nova dinastia, a T'ang (618-907), continuou a obra reunificadora iniciada pelos Sui. Os T'ang reorganizaram a administração, derrotaram turcos e coreanos e conquistaram o Tibet. Durante essa época, a China conheceu grande desenvolvimento artístico (poesia e pintura) e científico (cartografia e matemática) e entrou em contato com outras civilizações, como a japonesa, a coreana, a indiana e a árabe. O período de florescimento cultural e de expansão territorial da dinastia T'ang terminou com a derrota chinesa frente aos árabes em 751, na fronteira norte-ocidental. A partir desse momento, começou uma fase de decadência e esta resultou em nova fragmentação que sobreveio à queda dos T'ang, em 907. O período das cinco dinastias e dos dez estados, entre 907 e 960, caracterizou-se pelo caos político, embora tenha havido um importante desenvolvimento científico que se plasmou na invenção da imprensa.
A partir de 960, a dinastia Sung reorganizou o país impondo reformas tributárias que aliviaram a situação econômica dos camponeses e favoreceram o comércio. Nessa época houve grande desenvolvimento cultural, com a difusão de textos impressos e a renovação das doutrinas confucionistas. Contudo, a nova dinastia perdeu o controle do nordeste do império. No século XI, a China ficou dividida em duas zonas: a metade meridional, ocupada pelos Sung; e a metade setentrional, em poder do reino mongol de Kitan. No século seguinte, os Juchen estabeleceram o reino Chin na China setentrional, onde se mantiveram até a chegada dos mongóis. Em 1206, Gengis Khan consolidou seu poder sobre as tribos mongóis das estepes do lago Baikal. Cinco anos depois, invadiu a China. Com a derrota definitiva dos Chin em 1234, os mongóis continuaram seu avanço para o sul em 1250. A parte meridional do país, controlada pela dinastia Sung, resistiu com denodo, mas finalmente, em 1279, todo o território chinês ficou sob a autoridade de uma dinastia estrangeira, a dos Yuan.
O neto de Gengis Khan, Kublai-Khan, transferiu a capital para Khanbaliq (a futura Pequim). Durante essa época o comércio foi favorecido pelo controle da zona ocidental, que abriu as rotas para a Ásia central e a Europa. A abertura dessas rotas permitiu a chegada das idéias européias por meio de viajantes como Marco Polo e Giovanni da Montecorvino. Não durou muito o imenso império mongol, assimilado à sociedade e à cultura chinesas. Em meados do século XIV, uma revolta camponesa transformou-se em guerra de libertação contra os mongóis, cujo último imperador foi derrubado em 1368, quando o monge budista Chu Yuanchang (Hongwu) fundou a dinastia Ming. Durante esse período aumentou a atividade marítima. As embarcações chinesas chegavam à Arábia e até mesmo à África oriental. Floresceram as belas-artes (arquitetura, cerâmica) e multiplicaram-se os contatos com o exterior. No fim do século XVI os portugueses instalaram-se em Macau e vieram muitas missões jesuíticas. A partir do fim desse século, os ataques de piratas japoneses geraram grande instabilidade, que foi aproveitada pelos manchus, descendentes dos Juchen da Manchúria, que conquistaram todo o império em 1644.
Até o fim do século XVIII, a China experimentou grande florescimento sob a nova dinastia Ch'ing (manchu). O império logrou sua máxima expansão territorial: pacificou-se o Tibet e os mongóis foram derrotados; o Annam (o futuro Vietnam), Myanmar e o Nepal reconheceram as fronteiras meridionais da China; e Formosa foi conquistada em 1680. A introdução de novas culturas, como a do milho e do tabaco, favoreceu o desenvolvimento agrícola, e o comércio expandiu-se com o estabelecimento de colônias européias (portuguesas, holandesas e britânicas). Além disso, a população cresceu muito: passou de 150 milhões de habitantes em 1600 para 400 milhões no começo do século XIX. Com o fim do século XVIII, porém, a China entrou em um período de crise econômica, política e social. Dessa vez, a ameaça para a dinastia Ch'ing e para a China tradicional viria da Europa, que pretendia aumentar sua penetração comercial nesse país, contra a vontade dos imperadores. A instabilidade política interna, fruto da crise econômica, serviu de brecha aos europeus para forçarem a abertura dos portos chineses ao comércio. Em 1839, os ingleses aproveitaram a destruição de um carregamento de ópio (mercadoria que introduziam na China a partir da Índia) para declarar guerra à dinastia Ch'ing.
A chamada guerra do ópio terminou com a derrota chinesa. Os ingleses forçaram o Tratado de Nanjing (1842), pelo qual os chineses se comprometiam a abrir ao comércio britânico cinco portos, entre os quais os dois mais importantes do país, Xangai e Canton, e além disso cediam o de Hong Kong. Nos anos seguintes, prosseguiu a instabilidade interna. Em meados da década de 1850, sucederam-se os levantes muçulmanos das regiões de Xinjiang e Yunnan; e, em 1853, o movimento Taiping, de cunho religioso e milenarista, conquistou Nanjing e tentou expandir seu poder pelo norte da China. Uma intervenção militar franco-britânica obrigou o governo chinês a fazer novas concessões. Pelo Tratado de Pequim, firmado em 1860, abriram-se 11 outros portos no país e ofereceram-se mais vantagens aos estrangeiros.

DINASTIAS DA CHINA

PERÍODO ARCAICO - antes de 221 a.C.
DINASTIA CHOU - 1112/221 a.C.
UNIFICAÇÃO DE CH'IN E HAN - 221 a.C./221 d.C.
DINASTIA CH'IN - 221/206 a.C.
DINASTIA HAN OCIDENTAL - 206 a.C./25 d.C.
DINASTIA HSIN - REBELDE WANG MANG - 7/24 d.C.
DINASTIA HAN ORIENTAL - 25/221 d.C.
PERÍODO DOS TRÊS REINADOS - 221/265
DINASTIA WEI - 221/265
DINASTIA HAN MENOR- 221/265
DINASTIA WU - 229/265
UNIFICAÇÃO DE CHIN - 265/317
DINASTIA CHIN OCIDENTAL - 265/317
DIVISÃO DO NORTE E DO SUL - 317/589
DINASTIA CHIN ORIENTAL - 317/420
DINASTIA SUNG - 420/479
DINASTIA LIANG - 502/557
DINASTIA CH'EN - 557/589
DINASTIA HUO CHAO - 307/352
DINASTIA WU DO NORTE - 386/550
DINASTIA CH'EN DO NORTE - 550/589
DINASTIA CHOU DO NORTE - 557/581
UNIFICAÇÃO DE SUI E T'ANG - 589/907
DINASTIA SUI - 589/618
DINASTIA T'ANG - 618/907
REBELDES T'ANG - 757/761
AS CINCO DINASTIAS - 907/960
DINASTIA SHU ANTERIOR - 907/960
DINASTIA T'ANG DO SUL - 907/978
DINASTIA HAN DO SUL - 917/942
DINASTIA HAN POSTERIOR - 947/957
DINASTIA CHOU POSTERIOR - 951/960
REBELDES
SUNG - 960/1280
DINASTIA SUNG DO NORTE - 960/1127
DINASTIA SUNG DO SUL - 1127/1280
IDADE MÉDIA - 960/1644
DINASTIA LIAO - 907/1125
DINASTIA HSIA OCIDENTAL - 982/1227
DINASTIA CHIN - 1115/1260
DINASTIA YUAN - MONGOL - 1280/1368
REBELDES YUAN
DINASTIA MING - 1368/1644
REBELDES MING - 1644/1681
IDADE MODERNA - após 1644
DINASTIA CH'ING - 1644/1911
REBELDES T'AI P'ING - 1812/1864

Fonte: www.nomismatike.hpg.ig.com.br

A PINTURA CHINESA

Pintura- As origens da tradicional pintura chinesa remontam à distante história da China. De uma maneira geral, as obras anteriores à dinastia T'ang (618-970 d.C.) são principalmente desenhos de pessoas engajadas em várias atividades - esta foi a "era dourada" do desenho de figuras humanas. Durante a primeira metade da dinastia T'ang, pinturas de paisagens e de flores e pássaros começam a ganhar proeminência. Pinturas de montanhas, florestas, campos e jardins conseguem transportar alguém para longe dos problemas do mundo material para um reino calmo e despreocupado. Por este motivo, as pinturas de paisagens sempre foram altamente valorizadas pelos literatos e burocratas da China. As flores, gramados, árvores, pedras, pássaros e outros animais representados nas pinturas cheias de vida e energia de flores e pássaros também são amplamente admirados. Assim, as três categorias principais da tradicional pintura chinesa seriam paisagens, flores e pássaros, junto com a antiga pintura da figura humana.
As classes dirigentes e de elite das dinastias T'ang e Sung (960-1279 d.C.) foram as principais defensoras da pintura chinesa. O objetivo criativo por detrás das obras artísticas produzidas neste período era mais sério e tinha um significado político e educacional; em estilo, as obras tendiam a ser elaboras e ornamentadas. A corte da dinastia Sung estabeleceu uma academia de pintura muito bem sistematizada. O imperador Sung Hui Tsung, um amante de finas artes e da pintura, e um artista realizado em seu próprio direito, concedeu patrocínio especial aos pintores nesta academia e patrocinou o treinamento de pintores promissores. A academia de pintura atingiu o ápice de sua atividade neste período.
Porém, devido a graduais mudanças sociais, econômicas e culturais, um número crescente de homens de letras iniciou-se na pintura, e a literatura veio a exercer uma influência crescente na pintura. Na época do famoso poeta Sung, Su Shih (1036-1101 d.C., mais conhecido como Su Tung Po), a escola da "pintura dos literatas" já havia surgido. Durante a dinastia Mongol Yuan (1271-1368 d.C.) não havia mais nenhuma organização acadêmica de pintura formal dentro do palácio imperial fazendo decair o estilo de pintura da côrte. Nesse ponto a escola de pintura dos "literatas" entrou para a popularidade e a liderança dos círculos de pintura chinesa caiu nas mãos dos pintores literatas.
Os literatas preferem pintar tipicamente de acordo com sua própria imaginação e sem restrição, e defendem um estilo fresco, livre, suave e elegante. Suas preferências incluem montanhas e rochas, nuvens e água, flores e árvores, os "quatro cavalheiros"(flor de ameixa, orquídea, bambu e crisântemos) e assim por diante. Devido ao fato de objetos naturais como estes serem temas menos exigentes do que a figura humana em pintura, o pintor pode explorar melhor o potencial de livre expressão de seu pincel e tinta.
Se a pintura chinesa é "realista", é um assunto de debate freqüente. Alguns podem sentir que ela não é realista, mas tal resposta conta apenas parte da estória. O realismo na pintura chinesa alcançou seu clímax nas pinturas das dinastias T'ang e Sung. Contudo, o tipo de "realismo" buscado na pintura chinesa não é uma reflexão objetiva da existência de um objeto percebido através do sentido da visão, mas como uma expressão de um tipo subjetivo de reconhecimento ou insight.
Por exemplo, nenhum esforço aberto é feito para representar as sombras lançadas por um tipo particular de iluminação em um determinado lugar e tempo na roupa de pessoas representadas na pintura Che k'na T'u da dinastia Sung e, por esta razão, a pintura não tem efeito tridimensional claro. Depois que o pintor colocava as linhas no papel, ele usava técnicas de lavagem de aquarela para alcançar um efeito "chiaroscuro" de luz e escuridão, representando as forças do "yin" e "yang" para expressar sua compreensão da eterna e requintada natureza de seu tema. Um quadro de um agricultor pintado de acordo com os princípios objetivos de perspectiva deveria teoricamente parecer mais longo na frente e mais curto na parte posterior, refletindo a diminuição percebida em tamanho relativo de objetos mais distantes. Mas as extremidades da frente e de trás de um agricultor verdadeiro são iguais em comprimento, e este conhecimento do mundo físico está incorporado na imagem que o pintor Che K'na T'u criou: o agricultor é representado como uma superfície plana com lados iguais em comprimento.
Em outra obra chamada "Imortal Tinta Espirrada", do artista Liang K'ai da Dinastia Sung, o artista quis retratar não só qualquer homem na rua, mas uma outra reclusão mundana, e assim teria sido impróprio usar um ser humano comum como modelo. As formas altamente incomuns - até mesmo estranhas, nesta pintura - com pinceladas corajosas e desenfreadas, dão o fundo certo para as características deste extraordinário indivíduo. Esta pintura é representante da tradicional escola chinesa de pintura "pincelada à mão livre". Che K'an Tu, da dinastia Sung, que retrata a estória de um fiel ministro cujo bom conselho foi inicialmente rejeitado po seu imperador
O componente fundamental da pintura chinesa é a linha, como na caligrafia chinesa. Por causa desta característica compartilhada, estas duas artes tiveram uma íntima relação mútua desde muito cedo. Na época que as pinturas "literatas" tornaram-se populares na dinastia Yuan, os homens de letras que pintavam colocaram mais esforços para reafirmar o vínculo com a caligrafia chinesa, e conduziram ativamente a tendência para fundir a caligrafia e a pintura. E a íntima relação entre a poesia e a pintura foi formada sob a forte influência da literatura sobre a pintura. Os estadistas-intelectuais e os literatas conduziram a fusão da poesia e da pintura, e isso eventualmente se espalhou até a academia de pintura. O Imperador Hui Tsung da dinastia Sung é conhecido por ter usado a poesia para testar as habilidades dos pintores em expressar-se com tinta e papel o mundo encantado criado no verso escrito.
Com o início da dinastia Sung um pequeno número de artistas começou a escrever os nomes do doador e do receptor da pintura, ou a talhar seus nomes em um canto imperceptível da obra. Quando as pinturas dos "literatas" estavam em voga da dinastia Yuan, os homens de letras começaram a adicionar notas pessoais à pintura, ou linhas relacionadas à poesia para exibir sua habilidade de prosa e caligrafia. Esta escrita agora dava um lugar mais proeminente ao trabalho. Neste ponto havia uma nova união de assinaturas, nomes do doador e do receptor e notas na pintura ou verso relacionado com a pintura em si. A colocação de nomes talhados também se estabeleceu nesta época. O acréscimo de impressão de nomes talhados, uma arte em si, enriqueceu mais o conteúdo artístico da pintura chinesa.
Desde a virada do século, a República da China tem passado por grandes mudanças políticas, econômicas e culturais, e a arte da pintura não é exceção. Enquanto a tradicional pintura chinesa ainda ocupa lugar importante na vida do chinês moderno, muitos pintores já desejaram expressar suas experiências de novos tempos. Ao combinar novos modos de expressão com as técnicas da tradicional pintura chinesa, eles estão abrindo um vasto e novo mundo de expressão artística.

3/27/2005

CAPÍTULO 5
O céu e a terra não são bondosos
Tratam os dez mil seres como cães de palha
O Homem Sagrado não é bondoso
Trata os homens como cães de palha
O espaço entre o céu e a terra assemelha-se a um fole
É um vazio que não distorce
Seu movimento é a contínua criação
O excesso de conhecimento conduz ao esgotamento
E não é melhor do que manter-se no centro
TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse

3/21/2005

Confúcio

Confúcio, também conhecido como K'ung Ch'iu (Mestre Kong), nasceu em meados do século VI (551 a.C.), em Tsou, uma pequena cidade no estado de Lu, hoje Shantung. Este estado é denominado de "terra santa" pelos chineses. A família de Confúcio estava longe de ter muitas riquezas, embora seja dito que ele tinha descendência aristocrática. O seu pai, Shu-Liang Hê, outrora magistrado e guerreiro de certa fama, tinha setenta anos quando casou com a mãe de Confúcio, uma jovem de quinze anos chamada Yen Chêng Tsai, que diziam ser descendente de Po Ch'in, o filho mais velho do Duque de Chou, cujo sobrenome era Chi. Dos onze filhos, Confúcio era o mais novo.
Quando tinha três anos de idade o seu Pai morreu, sendo então obrigado a trabalhar desde muito novo para ajudar no sustento da família. Aos quinze anos, resolveu dedicar suas energias à busca do conhecimento. Em vários estágios de sua vida empregou suas habilidades como pastor, vaqueiro, funcionário e guarda-livros. Aos dezenove anos casou-se com uma jovem chamada Chi-Kuan. Apesar de se divorciar alguns anos depois, Confúcio gerou um filho, K'ung Li, que nasceu um ano após seu casamento, e uma filha.
Confúcio viveu numa época em que a China se encontrava dividida em estados feudais que lutavam pela supremacia do poder, estas guerras eram seguidas de execuções em massa, soldados eram pagos para trazer as cabeças dos seus inimigos. Populações inteiras eram dizimadas através da decapitação de mulheres, crianças e velhos, o numero de mortes era assustador. A longa e complexa história política do povo provocou a desunião e diversidade, que estavam refletidos nas características sociais e culturais da Dinastia Chou. A renascença social e moral advogada por Confúcio não tinha aprovação universal, principalmente nos círculos de poder, e seu ardente desejo era um posto governamental. Foi então que aos trinta anos ele deixou Lu e viajou para o Estado de Ch'i em companhia do Duque Chao, que fugia por ser o perdedor de uma dura luta política.
Aos 51 anos de idade foi indicado como funcionário chefe da cidade de Chung Tu e, pelo seu desempenho chegou a ser promovido ao posto de Oficial dos Serviços Públicos, e depois, ao de Grande Oficial da Justiça em sua província. Aos 55 anos partiu numa jornada de treze anos visitando os estados vizinhos e falando aos senhores feudais sobre suas idéias. Foi recebido como um erudito, mas nenhum dos governantes pensou em colocar essas idéias em prática.
Confúcio acreditava que a implementação de seus pontos de vistas pelo governo estabeleceria a utopia do "estado como um bem público", e prepararia o caminho para paz entre os homens.
Regressou a sua terra natal quando tinha 68 anos, onde continuou a dedicar-se ao ensino de um grupo de discípulos. A escola privada, fundada por Confúcio, cresceu a ponto de ter 3.000 alunos, dos quais setenta e dois eram os seus discípulos mais eruditos. Ele tentou transformá-los em Jens, seres humanos perfeitos que praticassem o exercício do amor e da bondade. Segundo seus ensinamentos, a sociedade humana deve ser regida por um movimento educativo, o qual parte de cima, e equivale ao amor paterno, e por outro de reverência, que parte de baixo, como a obediência de um filho. O Confucionismo considera o homem bom e possuidor do livre arbítrio, sendo a virtude sua recompensa. O único sacrilégio é desobedecer à regra da piedade.
Grandes Frases de Confúcio
"Aquele que for realmente bom nunca poderá estar infeliz"

"Aquele que for realmente sábio nunca poderá estar confuso"
"O sábio não se aflige por não ser conhecido dos homens; ele se aflige por não conhecê-los."
Autor Desconhecido

3/14/2005

CAPÍTULO 4
O Caminho é o Vazio
E seu uso jamais o esgota
É imensuravelmente profundo e amplo, como a raiz dos dez mil seres
Cegando o corte
Desatando o nó
Harmonizando-se à luz
Igualando-se à poeira
Límpido como a existência eterna
Não sei de quem sou filho
Venho de antes do Rei Celeste


TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse

Por que o nome Kung Fu?

Antigamente, Kung Fu era uma expressão que no dialeto cantonês, queria dizer “trabalho”, “jornada de trabalho” ou “saber fazer” dependendo da forma que era encontrada no texto. Hoje em dia, ela é mundialmente conhecida, mas na realidade, esta palavra nada tem a ver com técnicas de combate. Fora do Cantão (região sul da China) não era conhecido, porque não aparecia em gramáticas. A expressão gramaticalmente correta para designar arte marcial é KUOSHU ou WU SHU, originada do Mandarim (vale lembrar que após 1945, Mao Tse Tung designou o Mandarim como língua oficial chinesa). Alguém poderia perguntar: porque então foi escolhida a palavra “Kung Fu” e não “Kuoshu ou Wu Shu” para representar Arte Marcial? Muito simples: os primeiros imigrantes chineses eram de Cantão, que é uma região ao sul da China e litorânea. O acesso ao mar para esses imigrantes era mais fácil que para outras regiões da China. Estas pessoas espalharam-se por todo o mundo: Europa, África, Oceania e Américas, para tentar ganhar a vida e ter melhores condições de sobrevivência do que a que possuíam no seu país de origem. Sendo um povo de costumes diferentes no início, para eles, não era fácil comunicar-se com outras pessoas, principalmente porque o idioma chinês era complicado e só eles mesmos compreendiam. Na sua vida diária como cozinheiros, lavradores e outras profissões, sempre reservaram um tempo de lazer para treinar movimentos de katis e lutas que aprenderam na China. Por outras vezes, eram perseguidos por serem de origem oriental e provocados para brigas. Sabe-se que a estrutura física do chinês é franzina. São pessoas geralmente pequenas e, na maioria das vezes, ganhavam lutas com homens maiores do que eles. Evidentemente, isso causava surpresa aos habitantes locais de qualquer país. Que técnica era essa que um homem tão pequenino podia bater com facilidade em qualquer grandalhão? Na sua curiosidade, as pessoas indagavam aos chineses como se chamava cada técnica, essa “coisa estranha” que eles dominavam tão bem. Aí começava a confusão de idiomas. Os chineses queriam explicar que, para saber tais movimentos, era necessário treinar muito, era preciso dedicar algumas horas por dia a essas técnicas, enfim, que era um trabalho árduo, conseguir tal condição física para luta. Então como não tinham o vocabulário suficiente para conversar, respondiam simplesmente “É KUNG FU” (o que significava: “trabalho intenso para ficar bom nisso, ou simplesmente saber fazer”) e paravam por si. Por outro lado, as pessoas passaram a interpretar que aqueles chineses cantoneses praticavam uma luta de nome KUNG FU. E foi assim que se espalhou pelo mundo uma palavra em cantonês, (quando hoje, na China, fala-se o mandarim, oficialmente) graças àqueles primeiros imigrantes do Sul. Além de Kung Fu, existem outros termos para as artes marciais chinesas: Kuen Su (arte dos punhos), Wu Shu (arte marcial) e Kuo Shu (arte nacional). Porém, nenhum desses termos conseguiu ser tão popular e conhecido como o “Kung Fu”. Kung Fu é, além de uma forma saudável de exercícios físicos e sistema de defesa pessoal altamente eficientes, um benefício mental e espiritual aos praticantes. O corpo de um indivíduo não pode agir sem a interferência da mente e esta deve ser orientada a acalmar o espírito. A prática do verdadeiro Kung Fu exige que os ensinamentos influenciem no dia-a-dia, em cada aspecto de vida do praticante. O Kung Fu une mente, corpo e espírito. Habilita as ações harmoniosas entre os elementos da vida de um ser humano. O termo KUNG FU significa “TEMPO DE HABILIDADE” esse termo é usado para designar o TEMPO DE HABILIDADE NO DOMÍNIO DE UMA ARTE, seja ela qual for.A existência de vários estilos de KUNG FU, tanto no sul quanto ao norte da CHINA, deve-se à situação geográfica do meio ambiente, onde se praticam esses estilos.Os estilos dos que viviam nas montanhas diferenciam-se dos que vivem em planície, nos pântanos ou sobre as barcas, nos rios e nas orlas marítimas e em outras regiões da China. E assim, surgiu o conceito “NAKUEN PATTUI”, que significa: MÃOS NO SUL E PÉS NO NORTE.Os habitantes das regiões montanhosas, do norte, possuem pernas bastante fortes, habituados aos exercícios no solo acidentado, desenvolveram técnicas voltadas para o domínio dos membros inferiores.Já os habitantes do sul, que vivem sobre as barcas, se especializaram no uso dos membros superiores, por causa da flutuação que exigia o apoio das pernas.Os habitantes do sul também desenvolveram os membros superiores, devido ao trabalho nas plantações de arroz. Onde eram obrigados a trabalhar com água pelos joelhos, já que o plantio era feito nos terrenos alagados das grandes planícies.Há também as influências religiosas que dividem os estilos do sul e do norte, com os pensamentos confucionistas e taoísta, que deu origem as escolas internas (NEI CHIA) e aos templos Budistas (CHAN) deram origem as escolas externas (WAI CHIA) . A harmonia que deve existir em um praticante de Kung Fu também deve ter origem na “escola” de Kung Fu é ensinado ao discípulo: respeito aos instrutores, respeito ao próximo e a sociedade em que vivem. Em todos os estudantes, repousa a responsabilidade no cuidado com o próximo e com a escola (e com o estilo em si). Dessa forma, uma escola de Kung Fu age como uma família. Na tradição chinesa os membros de uma escola são denominados “irmãos” (si-hing). O mestre visto neste contexto como “pai” da escola e recebe mais respeito que um professor. O mestre da escola de Kung Fu é conhecido pelo respeitoso termo “Si-fu” e não é apenas um professor de artes marciais, mas sim responsável em guiar e agir como exemplo para os discípulos.
Adilson Kudzin

Sun Wu-Kung, o Macaco-Rei

Sun Wu-Kung é o nome do Macaco Rei. Sun, seu nome de família, é baseado na palavra chinesa para "macaco". Wu-Kung significa "peregrino" e lhe foi dado por seu primeiro instrutor, um pregador taoísta. Ele também é conhecido como Charmoso Macaco Rei, Macaco da Mente e Pi Ma-Wen, embora este último seja considerado quase um insulto e seu uso o deixe enraivecido. Sun Wu-Kung é um dos principais personagens do clássico conto "Viagem para o Oeste", sobre o monge tang Tripitaka e sua jornada para o Céu Ocidental em busca das escrituras sagradas de Buda, a fim de trazê-las de volta para a China.
Sun Wu-Kung nasceu do caos primordial, saindo de um ovo de pedra chocado pelo céu. Ele governou um reino de macacos em uma ilha remota, adotando o nome de Charmoso Macaco Rei. Certo dia, um macaco ancião morreu e o Charmoso Macaco Rei decidiu deixar a ilha para aprender como se tornar imortal.
Ele viajou pelas terras dos humanos e finalmente encontrou uma montanha onde um pregador taoísta o aceitou como discípulo. Macaco demonstrou ser um estudante profícuo em artes marciais, transformações mágicas e dança nas nuvens, uma arte que o permitia percorrer milhares de quilômetros com um só salto. Mas o Charmoso Macaco Rei era desobediente e finalmente foi expulso do local.
Ele voltou para sua ilha, destruiu monstros que haviam resolvido morar por lá e logo voltou seus olhos para o céu, acreditando ser tão poderoso quanto os deuses. Ele adotou o nome de O Grande Sábio, Uno Com o Céu e exigiu que o Imperador de Jade o reconhecesse como tal. Percebendo seu poder, o Imperador de Jade atendeu seu pedido e indicou o Macaco para a posição de Pi Ma-Wen... que significa "limpador dos estábulos". Macaco ficou agradecido pelo título e alegremente cumpriu suas tarefas até que percebeu que era um trabalho menor e que os outros deuses estavam rindo dele. Enraivecido, ele atacou o céu, roubando e comendo as pêras da imortalidade que estavam reservadas para um festival e consumindo as pílulas da imortalidade preparadas por Lao Tsé.
Macaco voou de volta para sua ilha e estabeleceu defesas contra os deuses que os perseguiam. Durante a batalha, ele e seu exército de macacos várias vezes desfecharam golpes terríveis nas forças celestes. Finalmente, Lao T´se, o Boddhisattva Kuan Shi-Yin e a família Deveraja conseguiram subjugá-lo. O Imperador de Jade tentou executá-lo, mas a magia do Macaco era forte demais. Ele foi colocado no caldeirão de Lao Tsé para ser exterminado, mas isso apenas o refinou e ele escapou para causar perturbações no céu mais uma vez. Finalmente, o Imperador de Jade pediu que o próprio Buda o ajudasse. Buda respondeu e fez uma aposta com o Macaco. O Macaco perdeu e foi aprisionado sob uma montanha, onde foi atormentado por 500 anos.
Kuan Shi-Yin providenciou sua libertação, indicando o polêmico macaco para ser guarda-costas do santo monge que iria atravessar a China até o Céu Ocidental para recuperar as escrituras do próprio Buda. Isso acabou sendo mais duro que parecia, já que Tripitaka, o monge enviado na missão, havia tido uma vida de virtudes em suas últimas dez encarnações. Isso significava que comer sua carne poderia garantir imortalidade aos monstros, o que tornou o monge constante alvo de ataques de demônios.
Mas a essa altura o Macaco havia adquirido e desenvolvido vastos poderes, o que fazia dele um guarda-costas formidável. Ele sabia realizar 72 transformações e assim conseguia metamorfosear-se em seres do tamanho de uma pulga ou de um imenso gigante. Além disso, cada um de seus pêlos também podia se transformar; assim, arrancando alguns deles e mastigando-os, ele podia produzir um exército de cópias de si mesmo. Ele podia ainda se disfarçar como qualquer criatura que já houvesse encontrado e somente os deuses eram capazes de distingui-lo dos seres originais. Sua visão era excelente e ele conseguia enxergar monstros a 10 mil milhas de distância durante o dia. Ele também possuía uma arma mágica, que havia ganhado dos Reis Dragões do oceano. Ele a chamava de seu Bastão de Submissão, uma vara de metal que mudava de forma e que pesava várias toneladas. Ele normalmente a usava atrás de sua orelha, sob a forma e o tamanho de um palito de dentes, mas quando a batalha se aproximava o bastão assumia sua verdadeira forma e ainda podia gerar milhares de cópias.
Em sua forma normal, o Macaco era uma criatura pequena, com feições simiescas e membros fortes. Quando viajava entre os humanos, sua forma e postura se tornavam mais humanóides, mas ele mantinha seu rosto de macaco, o corpo peludo e seu rabo. Após ter sido cozinhado no caldeirão de Lao Tsé, seus olhos viraram diamantes e suas pupilas eram de um vermelho ardente.
Ele teve que vigiar o monge durante quase toda a jornada, tornando-se seu discípulo, ao lado de Chu Pa-Chieh, o Monge Sha e o Cavalo Dragão. Enfrentou vários monstros, alguns deles antigos aliados de seu próprio passado monstruoso. Finalmente, as escrituras foram resgatadas e Sun Wu-Kung se tornou o Buda da Vitória Pela Persistência.
Sun Wu-Kung é às vezes chamado de Sun Hou-Zi ou associado ao deus hindu Hanuman, símbolo da Devoção e do Serviço.

(Texto baseado em verbetes da Encyclopedia Mythica)
Texto de Origem Desconhecida

3/13/2005

O Sábio e o Passarinho

Há um certo tempo, numa pequena vila localizada numa província da China, existia um sábio que possuía todas as respostas.
Nesta mesma vila havia um menino, esperto e muito agitado.
Num determinado dia este menino decidiu desafiar o sábio, fazendo-lhe uma pergunta que não poderia responder. O garoto pensou:
“Vou pegar um filhote de passarinho e segura-lo em uma de minhas mãos escondendo-o atrás das costas. Então vou até o sábio e pergunto; O que tenho em minhas mãos? Se ele acertar, faço a segunda pergunta, a qual ele não poderá responder; E ele está vivo ou está morto? Se o sábio disser que ele está morto, mostro o passarinho vivo, mas se ele disser que o passarinho está vivo, eu aperto o pescoço do filhotinho e mostro-o morto. Não há como o sábio acertar”.
Assim o menino fez, pegou o filhote de passarinho e foi até o sábio.
- O que eu tenho em minhas mãos?
- Um filhote de passarinho.
- E ele esta vivo ou está morto?
O Sábio parou, pensou e disse:




“Depende de VOCÊ!”



Conto Popular

3/11/2005

CAPÍTULO 3
Não valorizando os tesouros, mantém-se o povo alheio à disputa
Não enobrecendo a matéria de difícil aquisição, mantém-se o povo alheio à cobiça
Não admirando o que é desejável, mantém-se o coração alheio à desordem
O Homem Sagrado governa
Esvazia seu coração
Enche seu ventre
Enfraquece suas vontades
Robustece seus ossos
Mantém permanentemente o povo sem conhecimentos e desejos
Faz com que os de conhecimento não se encorajem e não ajam
Sendo assim
Nada fica sem governo
TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse

3/09/2005

Capítulo 2
Quando o mundo percebe que a beleza é a beleza, a feiúra é criada
Quando percebe que o bem é o bem, o mal é criado
Assim o ser e o não ser geram um ao outro
A difícil e o fácil trazem um ao outroLongo e curto revelam um ao outro
Alto e baixo suportam um ao outro
Música e voz harmonizam um ao outro
Frente e trás seguem um ao outro
Portanto o sábio:
Consegue trabalhar sem agir
E ensinar sem palavras
Trabalha com inúmeras coisas mas não as controla
Cria mas não possui
Age mas não tem expectativas
Tem sucesso mas não se apega ao sucesso
E é porque não se apega ao sucesso
Que dura eternamente
TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse

Lao Tse

Segundo o cânon taoísta, Lao Tse nasceu na província de Na Hue, na cidade de Guo Yang, no 25º dia da segunda lua do ano Ken-Tzen da era Wu-Tin (no período entre 1324 – 1408 A.C.). As circunstâncias do seu nascimento foram extraordinárias. De acordo com a tradição, sua gestação demorou oitenta e um anos. Lao Tse foi concebido quando sua mãe engoliu uma pérola de luz, transformação da Transparência Sublime* em sopro, através da essência do Sol. Seu pai era um famoso alquimista da dinastia San que ascencionou com mais de cem anos, envolvido pelos dragões celestiais. Sua mãe era considerada a encarnação do Sopro Yin do Céu-Anterior, sendo ao mesmo tempo sua mestra. Lao Tse nasceu do lado esquerdo das costelas da sagrada mãe, no jardim da família sob uma árvore de nome Li (ameixeira), com cabelos brancos e orelhas grandes. Por isso, recebeu o nome de Lao Tse (filho velho) e Li Er (orelha grande da ameixeira). Lao Tse tem também sentido de Senhor do Fim e do Princípio, já que velho representa o fim enquanto filho representa o início.
Sua juventude foi vivida no condado de K´u localizado entre Long San (Monte Dragão)e Guo Sue (Rio Guo). Quando o imperador tirano Zhou assumiu o poder, Lao Tse mudou-se para a região sul do Chi San, no território do Rei Wen, fundador da dinastia Chou. Foi convidado pelo rei Wen para ser responsável pela biblioteca real. Mais tarde, foi nomeado para o cargo de historiador real, permanecendo como tal até o 19º dia da quinta lua do 25º ano da era do rei Zhao, quando solicitou dispensa e retornou à sua terra natal, acompanhado do escudeiro Shü Jia. No mesmo ano, Lao Tse iniciou sua grande viagem para o ocidente, com intuito de chegar aos reinos da atual Índia, Afeganistão e Itália. Durante a viagem, permaneceu algum tempo na fronteira de Yü Men e aceitou o oficial-chefe da fronteira como discípulo. Ditou-lhe vários escritos, entre eles o Tao Te Ching. Muitos anos depois, teve sua ascensão no deserto de Gobi, durante a qual emanou raios de luz em cinco cores, transformando-se em corpo de luz dourada e desaparecendo no céu. Após sua ascensão, Lao Tse habitou o Tai Wei Gon (Palácio da Sublime Sutileza) do Céu-Anterior e dividiu seu corpo para retornar novamente à terra, encarnado como filho único do senhor Li Po Yang da província Shu.
Na sua nova jornada veio acompanhado do dragão azul do Imperador Celestial Chin Hua, transformado em carneiro azul. Depois de uma longa peregrinação, seu discípulo Yi Shi, o oficial da fronteira, foi atraído por um carneiro de pêlo azul dourado. Yi Shi encontrou, na aldeia da família Li, a nova encarnação de Lao Tse. Diante de seu discípulo, a criança Lao Tse, de três anos de idade, revelou sua verdadeira imagem. Seu corpo cresceu, transformando-se em luz dourada branca. Cercado de inúmeros imortais celestiais, Lao Tse pronunciou mais um ensinamento: o Tratado Maravilhoso do Princípio Solar do Tesouro do Espírito (Ling Bao Yuan Yang Miao Ching). Após concluir seu ensinamento, os duzentos membros da família Li ascencionaram seguidos por Lao Tse e Yi Shi. Isso aconteceu no dia 28 de abril de 1118 A.C. Depois do segundo nascimento e ascensão, Lao Tse ainda retornou inúmeras vezes para transmitir os ensinamentos e para ordenar as novas tradições. Por isso, é chamado pelos taoístas como Sublime Patriarca do Caminho.

* A Transparência Sublime (Tai Chin): a Transparência de Jade (Yü Chin) e a Transparência Superior(São Chin) formam o conceito teológico de Absoluto taoísta.
Wu Juh Cherng

3/07/2005

Kuan Kun

Divindade protetora das academias de artes marciais(enfoque específico), dos negócios e de tudo que envolva retidão, justiça e coragem. Enquadra-se na categoria de personagens históricos que, por esses atos e pelo reflexo desses sobre o imaginário popular, acabaram transformados em divindades. É um dos personagens mais queridos do folclore chinês, o que faz com que seja um dos mitos mais ricos em histórias, lendas e até escritos e peças teatrais.
Kuankun é um dos mais conhecidos heróis do chamado Período ou Era dos Reinos Combatentes (período histórico situado entre 453 e 221 a.C., quando os reinos de Wei, Wu e Shu, Chi, Yueh e Chin disputaram a supremacia do velho império - o nome China teria nascido de Chin, o reino vencedor); teria vivido entre 160 e 219 a.C.
Entre as histórias que lhe são atribuídas está a que afirma que ele teria sido um rapaz comum do campo que teve que fugir de casa depois de salvar uma garota das mãos de um magistrado cruel. Ele matou o magistrado e, para fugir, ingressou no exército de um dos reinos que então formavam a China.
Outra lenda narra seu encontro com Chang Fei e Liu Pei, do reino de Shu, com quem formaria uma das mais importantes trincas de heróis-divinizados da antiga China. A caminho da conscrição, Kuankun teria encontrado Chang Fei, um açougueiro que desafiava qualquer pessoa a erguer do chão uma pedra de 180 kg, sob a qual estava um grande pedaço de carne. Até então, ninguém havia vencido. Aceitando o desafio, Kuankun ergueu a pedra e se apoderou da carne, provocando a ira de Chang Fei. Os dois começaram uma briga violentíssima, que só foi encerrada com a intervenção de Liu Pei. Mais tranqüilos, perceberam que tinham muitas coisas em comum e se tornaram amigos. Em um campo de pessegueiros, os três fizeram um juramento de amizade pelo qual se obrigavam a viver e a morrer juntos (para muitos chineses, este acordo é um exemplo de ideal de amizade).
Como soldado, venceu muitas batalhas até ser capturado pelo rei de Wu, Sun Ch´üan. Por não se render, foi condenado à morte e executado na localidade de Hsiangyang, em Hupei. A tumba contendo seu corpo estaria localizada em Tangyang e sua cabeça teria sido sepultada em Loyang (Henan), uma localidade situada ao lado do mosteiro de Shaolin.
Sua arma, o Kuan Tao (Kuan To ou Ka Wan Tou) - "espada de Kuan" faz parte do universo de armas do Kung-Fu, sendo praticada na forma de rotina (katy) em vários estilos (inclusive no Shaolin do Norte). O nome da arma, segundo a lenda, é "Dragão Verde".
Características físicas:
As lendas mostram esta transformação do homem comum em divindade: segundo o folclore, Kuankun teria 2,70 metros de altura e uma barba de 60 cm; a face seria vermelha "como uma jujuba", seus olhos semelhantes aos de uma fênix e suas sobrancelhas, semelhantes a minhocas. Nos templos, muitas vezes é representado junto com seu cavalo "Lebre Vermelha" ou, então, cercado por seus auxiliares, o filho adotivo Kuan P´ing e o escudeiro Chou T´sang.
Uma das lendas relacionadas ao Kuankun afirma que ele teria sido fecundado por uma divindade solar e que sua mãe, ao invés de ter um parto normal, teria botado um ovo. O marido, com medo do que pudesse sair do ovo e furioso com o filho que, ele desconfiava, não era seu, tentou destruí-lo quebrando a casca antes que eclodisse. O menino lá dentro estava quase que totalmente formado, a não ser pela face (ainda ver- melha). Mesmo tendo vindo ao mundo antes do tempo, o garoto sobreviveu e cresceu, vindo a se tornar um herói. Não perdeu, porém, o rosto vermelho, fruto da ira de seu pai.

Informação inicial- Texto de Origem Desconhecida

Fonte (Segundo Comentário)
www.shaolincuritiba.com.br
Rodrigo Wolff Apolloni

3/06/2005

CAPÍTULO 1
O caminho que pode ser expresso não é o Caminho constante
O nome que pode ser enunciado não é o Nome constante
Sem-Nome é o princípio do céu e da terra
Com-Nome é a mãe de dez mil coisas
Assim, a constante não-aspiração é contemplar as Maravilhas
E a constante aspiração é contemplar o Orifício
Ambos são distintos em seus nomes mas têm a mesma origem
O comum entre os dois se chama Mistério
O Mistério dos Mistérios é o Portal para todas as Maravilhas
TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude, Lao Tse